Foram dois dias intensos, plenos de simbolismo e emoção. No auditório que
tem o seu nome, Mariano Gago foi homenageado, celebrando-se a sua vida enquanto
cidadão, político e cientista, homem da cultura, promotor e actor da Educação Permanente,
sócio fundador da APCEP e Presidente dos seus órgãos sociais até à sua partida.
Tal como ele, outros, como Rui D’Espiney, sempre estarão presentes. E nestes
dois dias, explorou-se a memória, para ganhar tempo no futuro, que nestes dois
dias projectámos.
Dois dias de muita troca e produção de saberes. Concluiu-se que a Educação
Permanente, de conceito rejuvenescido, constrói-se no território das práticas
educativas de crianças, jovens e adultos, de forma indissociável da
participação na vida colectiva. Quando organizados com a participação de todos,
os espaços de aprendizagem tomam outro sentido para todos e são promotores de
uma cidadania activa, crítica e solidária. A participação activa na vida cidadã
é, por seu turno, educadora, geradora de aprendizagens, reflectindo-se na coesão
de laços sociais, no reforço da democracia, no bem-estar e na felicidade
individual e colectiva. E, por isso, para o nosso tempo ser de mudança, é
preciso saber para transformar…
Dois dias que deram visibilidade ao dinamismo da sociedade civil, ao
trabalho de muitos indivíduos, colectivos e organizações e que mostraram a
existência de uma rede informal de actores e agentes de Educação. Os
participantes neste Encontro, são apenas uma amostra do muito que se faz. Mas
que, contudo, não é suficiente, se considerarmos o que poderia ser feito e o
que precisa de ser feito em matéria de Educação. Assim, a APCEP, com outras
organizações afins e todos os que se queiram juntar, projecta-se agora na
criação de uma Rede Participada de Educação Permanente, conjugando e expandindo
as já existentes. Esta Rede pretende, desde já, assumir-se como interlocutora
ativa dos órgãos de decisão. E, neste sentido, este (Re)Encontro de muitas pessoas
e ideias, de atores e agentes de múltiplas Comunidades Educativas, foi uma Festa
de Cultura, e quis constituir-se, essencialmente, como um ponto de partida.
Isabel M Duarte, participante e observadora activa no Encontro.
3 de Maio de 2016