Após a sua constituição, a APCEP manteve uma actividade intensa durante os primeiros anos, tendo organizado o 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos em Coimbra (em Novembro de 1985) e vários seminários e colóquios, participado em visitas a experiências nacionais e estrangeiras e produzido uma publicação periódica. Esteve filiada na Liga de Ensino e Educação Permanente e no Conselho Internacional de Educação de Adultos (ICEA). No entanto, a falta de disponibilidade dos seus elementos centrais, na sua maioria ocupados em cargos de responsabilidade na administração pública ou na docência, levou à paralisação da APCEP durante cerca de 25 anos.
Em Junho de 2014, vários associados da APCEP convocaram uma Assembleia Geral, onde foi deliberado reanimar a associação e proceder à normalização das suas estruturas, após constatação, por parte da maioria dos presentes, de que o Portugal de hoje precisa efectivamente de conhecer e adoptar os valores, os princípios e as práticas da Educação Permanente. Tal como em 1982, uma Educação para todos e para toda a vida continua a ser imprescindível a uma sociedade que, ao assumir-se “do conhecimento”, tem de repensar seriamente a questão de uma justa e generalizada produção e fruição desse conhecimento. Mais do que nunca, deve a Educação Permanente contribuir para a formação integrada e integral das pessoas adultas através de referentes de leitura e de compreensão do mundo.
Dessa Assembleia Geral emergiu uma Comissão Administrativa e Dinamizadora que desenvolveu, em paralelo, uma campanha de angariação de novos associados e a preparação da Assembleia Geral de Dezembro de 2014, onde foram eleitos os novos órgãos sociais e que decorreu em simultâneo com o 1º Fórum APCEP onde se apresentaram e debateram os princípios condutores, o âmbito de acção e as principais linhas de intervenção para o biénio seguinte.
Sintetizando, foram sugeridos como eixos prioritários de acção para a APCEP:
(a) O “lobby” político;
(b) A “caixa-de-ressonância” relativamente às experiências que ocorrem no país e são expressões significativas, embora geralmente ocultadas, de Educação Permanente – função a que alguém chamou de “operador de visibilidade”;
(c) A reflexão sobre a Educação Permanente, incluindo a “desocultação” dos autores e textos clássicos, assim como debates e comunicações que procurem “reactualizar” este conceito nos dias de hoje;
(d) A APCEP como “organização aprendente”, isto é, um conjunto de acções que permitam uma melhoria constante de métodos e instrumentos de trabalho, nomeadamente no que respeita à comunicação interna entre os membros.
Como “operador de pressão social e política”, foi a APCEP, incumbida de:
* Organizar uma Conferência Nacional sobre Educação Permanente;
* Cooperar com entidades nacionais que intervêm em domínios afins (tal como Instituto Paulo Freire, ANPEFA, Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, APEFA, Associação O Direito de Aprender, Inquietações Pedagógicas, etc.);
* Filiar-se em grandes federações internacionais e procurar participar activamente nas respectivas iniciativas (entre outras, Conselho Internacional de Educação de Adultos (ICAE) e Associação Europeia de Educação de Adultos (EAEA);
* Depois de a Comissão Directiva ter nomeado o Conselho Executivo, iniciaram-se tarefas de normalização fiscal, bancária e administrativa, exigidas por uma paragem de mais de 25 anos.
Efectuou-se em Maio uma Consulta junto de todos os membros no sentido de conhecer melhor os seus centros de interesse e a sua disponibilidade para colaborar activamente nas actividades.
Foram envidados esforços para encontrar um espaço que funcionaria como sede da APCEP. Hoje, graças à boa vontade do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, foi possível ali instalar a actual sede.
Neste período, foi também submetida candidatura à EAEA, Associação Europeia de Educação de Adultos, o que levou à eleição da APCEP como Membro de pleno direito desta rede europeia durante a Assembleia Geral que esta organizou no Porto em Junho de 2015.
Em Novembro, a APCEP decidiu tomar posição relativamente à necessidade inadiável de uma política pública, abrangente e coerente, para a Educação de Adultos, em Portugal. Nesse sentido, preparou-se conjuntamente um documento de “interpelação política”, que foi enviado ao governo e teve igualmente circulação alargada pelos membros da Associação, pelos meios de comunicação social e pelo público em geral. Nos primeiros dias de 2016, foi enviada uma carta ao Ministro da Educação, solicitando uma audiência. Em resultado destes procedimentos, a Direcção da APCEP foi convidada para uma reunião no Gabinete do Secretário de Estado da Educação a 12 de Janeiro de 2016.
Tendo em vista a execução do Plano de Actividades aprovado em Assembleia Geral e considerando o momento político actual, considerou-se decisivo realizar um Encontro Nacional de Educação Permanente (a denominação definitiva ficou a cargo da Comissão Coordenadora) a 29 e 30 de Abril do próximo ano. O local seleccionado foi o Auditório José Mariano Gago e espaços circundantes, no Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, em Lisboa. |